“Pertencer é duas coisas. Uma que dá e outra que aceita o que é dado. Você não me pertence porque eu não posso aceitá-lo. Não lhe posso dar nada em troca.”
Hoje trago-vos uma pequena review de um livro que já li há algum tempo mas que não evito de comparar os thrillers mais recentes com ele.
O livro conta a história de Frederick que, obcecado por Miranda, uma estudante de arte, decide raptá-la.
Este livro está escrito na primeira pessoa pelo que, na primeira parte, vemos tudo sob a perspetivaa de Frederick. E não pude deixar de comparar com o estilo mostrado em Lolita, onde o narrador não é confiável pelas desculpas que dá para tais atos. Fowles põe à prova o nosso pensamento crítico ao ter de nos forçar a aceitar ou não Frederick e os seus atos.
Fred só quer amor?
Aí entramos no teor irónico sobre o facto de não pode ser interpretado como história de amor.
Depois vem a segunda parte, que vemos a história pela perspetiva de Miranda a partir do diário que ela escreve todos os dias. E aí, as coisas mudam.
Não é possível sentir pena de Frederick, não é desculpável, nem justificável e isto só vendo pelo sofrimento que Miranda teve que passar.
Acompanhamos diversas comparações sociais e inclusive todos os aspetos que um sequestrado passa, tudo eximiamente expressado.
Porque não foi preciso plot twists para classificar esta obra como fantástica.
Algo como um banalismo da obra literária de Fowles, onde a americanização está em alta.
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