"Na verdade, o ser humano gosta de ver o seu melhor amigo em estado de humilhação diante de si, é uma velha verdade que todas as pessoas inteligentes conhecem."
Foi a minha primeira viagem com Dostoievski e não podia ter começado de melhor forma.
O autor escreveu este pequeno grande livro em pouco mais de 20 dias, por pressão por parte dos seus editores, com quem fez um contrato em entregar um romance até ao final do ano (isto no outono de 1866) senão não iria ser renumerado por 9 anos pelos seus trabalhos já publicados.
Alexei Ivanovitch é um jovem perceptor de uma família russa, que se encontra na cidade imaginária de Rolemburgo na Alemanha.
Alexei é apaixonado pela enteada do seu patrão, Polina, e tenta desvendar o mistério da razão pela qual Polina lhe pede para jogar na roleta pois precisa e dinheiro urgentemente.
Dostoievski escreve este livro em forma de diário e como somos lançados para a vida de Alexei sem mais nem menos. Inicialmente torna-se confuso acompanhar as relações entre personagens mas à medida que avançamos torna-se bastante mais fácil.
A crítica à fraqueza da sociedade russa para com o jogo, à francesa por ambicionar estar acima dos europeus estão fortemente presentes, e por o autor ter tido graves problemas com o vício da roleta, retrata de forma muito detalhada o ambiente de jogo, os vigaristas, as apostas e os sentimentos de um jogador viciado, levando muitos críticos a crer que se trata de um romance com traços autobiográficos.
Algo que nunca esperei com esta leitura é que contivesse elementos de sarcasmo e muito, muito humor principalmente com a personagem denominada de Avó.
O Jogador by Fyodor DostoyevskyClassificação: 4 de 5 estrelas
Comentários
Enviar um comentário