Hey ho! Let's go!
Oh wait... Wrong book.
Hoje trago-vos a minha experiência com o livro A Coisa de Stephen King.
Ando a ler as obras do mestre do terror por ordem mas a curiosidade não deu para esperar mais.
Aproveitei o desafio literário "Estações Literárias" e adicionei este livro como prenda de natal (recebi da minha irmã o volume II no natal de 2018).
Ao longo destas 1272 páginas acompanhamos a luta dos Falhados contra a entidade denominada de Coisa, que aterroriza as crianças da cidade de Derry de 27 em 27 anos.
Vemos o livro a fazer intercalação de linhas temporais - 1958 e 1985 - que se seguem facilmente.
No primeiro volume acompanhamos as primeiras mortes que abrem o círculo do jogo da Coisa, seguindo para as seis chamadas para convocar os Falhados à terra natal. Aí segue para o passado dos Falhados de 1958, incluindo o encontro de cada um com a Coisa.
No segundo volume a linhas temporais intercalam-se com mais frequência mas não confunde o leitor, torna-se até mais interessante e aumenta o suspense.
Entre os dois volumes temos os interlúdios, que são nada menos que o trabalho de investigação de um dos Falhados dos ciclos anteriores ao de 1958 e posteriores acontecimentos relacionados com a Coisa.
O final foi bastante bom, algo que nem sempre sinto por parte do autor (como aconteceu com o The Stand) e fiquei com o aperto no coração. Sinto que tive todas as respostas e que foi estonteante o suficiente para considerar um bom final.
King demorou 4 anos (1981 - 1985) a escrever este livro, depois de ter decidido que gostaria de escrever um livro grande e inspirou-se num conto norueguês e no maior medo das crianças - Palhaços.
A escrita do King é simples e é muito coerente (como gosto), há sempre justificação para o mínimo detalhe.
Inicialmente assumi que algumas partes eram absolutamente desnecessárias, para depois mais tarde me calar ao serem utilizadas justificadamente. Todo o livro é interessante e de leitura fluída apesar do calhamaço.
Para quem não leu King, fique já a saber que este homem retrata sempre a verdade nua e crua - retrata violência doméstica, bullying, racismo, morte e tudo o mais, com a mais honesta das escritas.
Por isso mesmo é que muito daquilo que escreve é considerado controverso. Aqui vemos situações que são hoje em dia consideradas sensíveis e que, pessoalmente, me chocaram, mas entendo o porquê de terem sido utilizadas. Como o Samitério dos Animais está para a morte, este livro está para, essencialmente, a mudança da inocência infantil para duro mundo adulto.
Este livro tornou-se o meu favorito do Stephen King, de tão bom que está. Não há um momento de secante neste grande moço e já sinto falta dos Falhados.
Classificação: 5 de 5 estrelas
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